quinta-feira, 17 de janeiro de 2008


Na minha procura de livros que me possam interessar, porque contam histórias de regiões, que de outra forma, nunca viria a conhecer, apareceu o Halldor Laxness e o seu espírito Islandês. Ainda por cima um prémio nobel.

O primeiro terço do livro, foi um pouco difícil de ler. Nunca cheguei a colocar a hipótese de interromper a leitura, mas sentia que estava a avançar lentamente. Se calhar há livros que pedem e merecem ser lidos à sua própria velocidade. Talvez este seja um deles.

Apesar dessa dificuldade, acabei e gostei muito do livro. Acredito que há conhecimento e emoções que o livro me passou que me acompanharão durante muito tempo.

A história é passada na região que nós, povo do sul quente da Europa, imaginamos inóspita e extraordinariamente fria do território Islandês. E não é só o clima que é inclemente. A solidão das pessoas independentes acaba por ser igualmente dura e desesperante. O afecto e o carinho são palavras muito supérfluas nesta vida de pastores. Muito, mas não inexistentes. A vida gira entre a miséria e o trabalho duro e absorvente e a esperança, apesar de tudo.

Recomendo vivamente a leitura deste livro.


Aqui ficam umas pequenas pérolas.


“(..) começou a contar em poucas palavras o decurso da existência da falecida mulher, que no fundo não era existência nenhuma, apenas uma prova de como o indivíduo é insignificante tal como nos registos da igreja. O que era o indivíduo só por si? Nada, um nome, quando mais uma data. Hoje eu, amanhã vós. Vamos todos juntar-nos na oração a esse Deus que está acima do indivíduo, ao mesmo tempo que os nossos nomes se extinguem nos registos.”


“Esses dias foram bons. Eram serenos, totalmente isentos de hipocrisia, é essa a marca dos melhores dias, nunca mais se apagaram da memória do menino. Nada acontece, uma pessoa simplesmente vive e não deseja nada mais, e nada mais.”


“O mais extraordinário acerca dos sonhos do homem é que todos se realizam; sempre assim foi, ainda que as pessoas não o queiram admitir. E uma peculiaridade do comportamento humano é que ele não fica nada surpreendido quando os seus sonhos se realizam; é como se sempre estivesse à espera de tal coisa. A determinação e o destino são irmãos, e ambos repousam no mesmo coração.”


“Diz-se que quando o homem se tornar merecedor de habitar uma casa melhor, terá uma casa melhor, que surgirá espontaneamente da terra para ele, a vida encarrega-se de brindar o indivíduo com tudo aquilo que ele merece, e o mesmo se diz da nação como um todo.”


“Sempre fui da opinião, disse ele, que uma pessoa nunca deve desistir enquanto for viva, mesmo que nos tenham tirado tudo. Uma pessoa tem sempre o fôlego que paira dentro de si, ou pelo menos pode ser-nos emprestado. Sim, minha pequena, esta noite comi pão roubado e deixei o meu filho em companhia de homens que tencionam dar uma sova às autoridades, por isso achei por bem vir à tua procura hoje de manhã.”

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo


Salvé ao novo ano!
Bom 2008 para todos!
É uma sensação curiosa achar que se tem à frente um ano, novinho, a estrear, para encher, nos primeiros dias, com muitas e boas intenções de fazer coisas que durante o ano passado e os outros não foi possível fazer, provavelmente nem tentado. Como se isso mudasse alguma coisa, como se realmente a intenção fosse mais forte e efectiva pelo facto de o ano novo ter começado.
Mas pronto de boas intenções está o céu e o mundo cheio, e antes as boas que a indiferença. Correndo o risco de entrar, como habitualmente, na voragem dos dias, do tempo, das coisas para fazer, do que é mais importante e do esquecimento, aqui fica a minha, mais humilde possível, lista de intenções para este ano, novinho em folha.
Já há uns dias que tenho posto em prática e salvo não muitas excepções tenho conseguido levar a sério, o ser o mais positiva possível em relação à vida. A tudo o que se me depara pelo caminho, sejam os bons acontecimentos, sejam as adversidades, decidi a partir de um determinado momento, que reagiria a tudo com o mínimo possível de sentimento de contrariedade e tentado responder sempre com um sorriso sincero nos lábios. Mais, tento, e aqui está o mais difícil, que os pensamentos e reflexões sejam também eles de aceitação bem disposta e vontade de estar bem. E porquê esta resolução? Porque quando cheguei a um estado de abandono e tristeza que senti tão imenso, achei que pior não poderia ser e para variar poderia experimentar reagir à adversidade com aceitação, bom humor e sem baixar os braços. Isto é, se por um lado não quero deixar que as “rasteiras” me desanimem, por outro vou acreditar e lutar pelos meus desejos. Se eu estiver de acordo com o cosmo, este vai estar de acordo comigo e a vida vai sorrir-me mais. Assim o acredito e assim o desejo.
E esta é a minha resolução mais importante. Logo a seguir e na mesma sequência vou tentar gostar mais de mim. E para ver se acabo de vez com esta solidão, auto-imposta sabe-se lá porquê, vou trabalhar para me interessar pelas pessoas e por as ouvir e por me importar. Isto porque também concluí que passo tanto tempo sozinha porque simplesmente me afasto e porque não estou disponível para estar, realmente estar, com as outras pessoas. A solidão acaba por ser como uma droga. Odiamo-la porque nos deixa em abandono, mas lá voltamos sempre porque é muito difícil estar com os outros e fazer cedências.
Num outro plano comprometo-me a levar muito a sério o enriquecimento da minha vida profissional. Seja de que forma for, proibido é baixar os braços e deixar rolar. Tenho de batalhar por as horas e dias pelos quais vendo o meu trabalho sejam estimulantes não só pelo dinheiro.
E chega de resoluções de ano novo. Se eu levar estas a sério vou concerteza ter um bom ano.