sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mariane Pearl, Um Coração Poderoso


"O meu pai costumava ler a obra épica de ficção científica de Frank Herbert, "Dune", repetidamente como se fosse uma bíblia. Herbert escreveu: "Não posso ter medo. O medo mata a mente. O medo é a morte que provoca uma total obliteração. Vou enfrentar o meu medo, vou deixá-lo passar por cima de mim e por dentro de mim. Quando desaparecer ligarei a visão da mente para ver o seu caminho. Onde em tempos estava o medo, não haverá nada. Só eu permanecerei.""


"Sento-me à frente do computador e procuro as palavras do escritor francês Victor Hugo, um dos meus escritores favoritos. "Quanto ao modo de rezar, as palavras não importam desde que sejam sinceras. Virem o vosso livro de orações de pernas para o ar e cheguem ao infinito.""


"Mas aquilo que ele me queria perguntar era "Como é possível que não se sinta amargurada?" Disse-lhe que se deixasse a amargura invadir-me perderia a minha alma e, se isso acontecesse, também perderia o Danny.Esta é a minha maior batalha. - disse eu ao Presidente dos Estados Unidos."


"Juro que não desonrarei a minha alma com ódio,

mas sim oferecer-me com humildade

como guardiã da natureza,

como salvadora da miséria,

como mensageira de maravilhas,

como arquitecta da paz."



Gostei muito de ler esta história. Não devo ter dado atenção ao rapto e assassinato do Daniel Pearl quando ele aconteceu. Na minha ronda pelos jornais percebi que o livro tinha acabado de ser lançado em Portugal, antecedendo o filme. Numa altura em que a minha vida precisa de uma dose extra de coragem e optimismo, senti um impulso enorme de ler esta história, narrada pela mulher que perde o seu marido, raptado e barbaramente assassinado, em nome de uma guerra (leia-se terrorismo, em nome da religião) que ninguém entende. E estava grávida quando tudo isso aconteceu.É uma história lindíssima de coragem e fé imensas.

Vou muito querer partilhar esta história com o meu filho e com os meus amigos.

Pena é que e tal como receava quando comprei o livro, a tradução e legendagem "assassinaram barbaramente" este livro. Já reclamei e, como já vem sendo um hábito, os senhores da editora pediram desculpa, mas cada vez mais, o cuidado das editoras portuguesas é menor. Aliás como tudo neste país...

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