sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Orhan Pamuk, Os Jardins da Memória


“Foi então que começou a reflectir sobre as relações entre a expressão dos rostos e os segredos das letras.”

“Para Fazlallah, o fonema, a voz, era a linha de demarcação entre o ser e o não ser. Porque, quando se passa do mundo invisível ao mundo material, só o som que toda a coisa produz é material. Para o comprovar, basta bater umas nas outras as coisas “mais mudas”. A forma mais evoluída do som é naturalmente a fala, o fenómeno mais elevado a que chamamos “verbo”, o mistério a que chamamos “palavra” e que é feito de letras. E era possível ler distintamente no rosto humano as letras, sentido e essência do ser, representação de Deus na terra. Há nos nossos rostos duas sobrancelhas, quatro pestanas, mais a raíz dos cabelos, ou seja um total de sete linhas. Quando, a estas linhas, vêm acrescentar-se os sete traços do nariz, que se desenvolve mais tarde, com a puberdade, o número de letras eleva-se a catorze.”


A minha estreia neste Nobel da Literatura, Turco. Talvez o defeito seja meu, ou a altura não tenha sido a melhor, sim porque isto há alturas melhores e outras nem por isso para ler e apreciar determinados livros, mas como ía dizendo foi um livro difícil e de leitura muito lenta. E cá tenho as minhas dúvidas, mas outros títulos deste mesmo autor devem ser igualmente densos. A ver vamos... Lá mais para a frente e se for oportuno voltarei a este autor.

Ficaram duas impressões: A confirmação de que a cidade de Istambul é uma pérola da civilização humana e o segredo das letras, mote e empurrão para este humilde blog.

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